Thursday, March 29, 2007

um dia todos dizemos, Adeus... a Tudo...


Será que és o amigo inesperado?
todos nós voltamos a ser criança quando
algo de querido nos é retirado...
Todos nós voltamos a ser o que sempre fomos,
o que realmente somos...

E o que fazemos agora que a noite chegou?...

Testamos dia após dia os nossos,
altos e baixos e regressamos rápidamente à linha,
aquela que acreditamos ser o nosso
caminho, solitários, desejamos uma mão
para nos guiar, para nos acompanhar,
alguém que nos faça sentir diferente por dentro,
uma pessoa melhor por fora...

Todos os dias recomeçamos de novo...
Em cada acordar temos a esperança
que seja o despertar definitivo,
que irradie a luz forte, potente e estabelecida,
como uma explosão que por momentos nos faz sorrir,
nos faz acreditar que finalmente acabamos de encontrar
o fim da jornada isolada,
E TUDO ISTO É DECIDIDAMENTE ARTE,
somos criaturas raras sem dúvida...
renascer momento a momento tentando criar,
quando fazemos amor, o fruto dessa união...
ternura e carinho, sofrimento e entrega,
alguém que um dia entrou e derramou uma lágrima...
e tudo o resto é ficção, genuínamente secundário...

E assim,
deixamos de estar obcecados pela direita e pela esquerda,
pelas sombras do medo que nos limitam,
tudo se resuma ao certo e errado, ao bom e ao mau,
tudo se resume entre o espaço e a terra, o céu e o mar...
e de um dia para o outro somos apenas pó...
e reparamos que foi tudo menos engraçado,
e que ficamos cheios de espetactivas,
algures na praia quando a corrida para a vida prosseguia...

Ofegante e quase sem respiração, descobri outra coisa,
somos todos seres divididos, pessoas que se tornam noutras pessoas,
procurando acompanhar a aceleração louca do coração,
sensações e emoções, oferendas em forma de botão como rosas, gritos e cânticos,
beijos demorados e abraços apertados, que queimam por dentro...
que acabam por nos envelhecer...

Sagrado aquele que acredita
que só poderemos vencer pela comoção...

E é assim que começa...
todos pensam que voltaremos um dia...