um dia outra vez

A vida?

Está-nos na palma da mão,

está quando a encostamos junto

ao coração e ele nos fala,

soluçando assim...

inquietante e aos tropeções,

assim em segredo...

Carinhosamente,

sussurrando paixão e talvez amor,

em gotas de cristal fino e santificado,

lilás e cor púrpura, em forma de beijo,

de abraço apertado xi coração...

A vida em formato olhar,

cruzando sorrisos,

espaços vazios e por colorir...

De novo em silêncio e por medo,

calado à espera de te ver chegar...

em toque e em luz, formando caminho,

cantando alegrias, recordando a criança que um dia fomos...

formando Tempo, Universo e arrependimento,

por não ter dito, por não ter feito...

A vida?

Vem-nos pelo coração,

que bate, bate e bate,

forte e loucamente estremece... selvagem...

e nós, jamais o poderemos controlar, roubar

ou até mesmo comprar...

Ficarei mudo esperando a tua mão,

e que esse lugar entre nós se afunde algures no mar...

Criança é um nome só nosso, dentro do peito,

perdido entre o Céu e a Terra,

que todos os dias nasce junto a cada janela,

nessas casas onde um dia viemos morar...